quarta-feira, 27 de junho de 2012


Notícias da assembleia da UFBA



Em mais uma assembleia histórica da UFBA que contou com a presença de Gil Vicente, os professores votaram contra todas as propostas do proifes, mantiveram a greve e, segundo informações do comando de greve local por telefone, reconhecem(ram) apenas o ANDES-SN como legítimo e legal representante dos professores. A assembleia contou com mais de 300 professores, mais um recorde em 20 anos, e foi convocada pela diretoria da APUB e p/ assembleia do comando de greve do dia 20/06 p/ o mesmo dia, horário e local mostrando, mais uma vez, que a disputa estava colocada, pois a diretoria da APUB insistiu em chamar uma assembeia para apreciar o "indicativo de greve" em quase um mês após a deflagração da greve. Logo no início da assembleia foi solicitada mudança na mesa e de pauta, sendo aprovada por ampla maioria. Segue o link da votação pela manutenção da greve com Gil Vicente na primeira fila no salão nobre da reitoria da UFBA:      http://osaciperere.wordpress.com/.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Unir e Ifro juntos na paralisação


Professores fecham o campus de Porto Velho

Veja matéria na íntegra aqui

Reunião da Reitoria com o Comando Local de Greve


Membros do Comando Local de Greve reuniram-se hoje, às 16 h, com a Reitora Berenice Tourinho, com a Chefia de Gabinete e com o Pró-Reitor de Graduação. A pauta da reunião girou em torno da posição do Comando Local de Greve com relação as propostas dos planos de carreira docente.



Na ocasião também foram discutidas a suspensão do calendário acadêmico e a visita da Comissão de Apoio à Unir, formada pelo MEC, fruto das reivindicações da greve de 2011.

Campus de Porto Velho Fechado


RESUMO DAS ATIVIDADES DO COMANDO DE GREVE DIA 22.06.2012 (SEXTA FEIRA)
                                
- Manifestação no Campus UNIR:
·      Às 6h30 a comunidade universitária da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) foi surpreendida com o fechamento do portão do campus José Ribeiro Filho, em Porto Velho. O campus ficou por mais de três horas, com todas as atividades do dia 22/6/2012 suspensas.
·      O evento foi conduzido pelo Comando de greve dos docentes da UNIR para esclarecer, à comunidade universitária e à sociedade rondoniense em geral, os motivos da greve das  universidades federais brasileiras.
·      Às 10h os portões foram abertos. A mobilização seguiu para realizar concentração no prédio da Reitoria, no centro da cidade. Na ocasião, encontraram com os professores e estudantes em greve do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).


- Manifestação na UNIR centro
·      Encontro dos comandos de greve UNIR e IFRO para esclarecimento à comunidade sobre os motivos da greve, aberto a quem quisessem se pronunciar.
·      Ao mesmo tempo, no auditório da UNIR centro, os técnicos-administrativos também estavam em assembleia para deliberar sobre a entrada do SINTUNIR na greve. Ficou decido que o sindicato promoverá discussões sobre os problemas da Universidade e da categoria na segunda e na terça-feira (dias 25 e 26), pela manhã, para na quarta-feira (dia 27) fazer assembleia para definir a adesão (ou não) à greve.

 Fotos: Mário Venere

Porto Velho, 22 de junho de 2012

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Termo de Renúncia


REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO


TERMO DE RENÚNCIA


Eu, ______________________________________________, siape nº ____________, docente consciente dos meus atos, feliz e resignado (a) com as atuais condições para o exercício da minha profissão, livre de egoísmos e altamente preocupado com a formação dos alunos, renuncio a todas as conquistas oriundas do movimento de greve deflagrado em 17 de maio de 2012, pelas universidades e institutos públicos federais, por melhores condições de trabalho, por plano de carreira e reposição das perdas salariais.
Considerando minhas virtudes, meu caráter e meus valores pessoais, comprometo-me a lavrar este documento em cartório e entregá-lo à Seção Sindical do Andes-SN, pois, de outro modo, não serei capaz de olhar meus colegas sem me sentir um rato.




____________________________________________________
Local e data


__________________________________________________
Assinatura

Unir e IFRO juntos na luta pela democracia

Hoje a Unir Centro recebeu os professores, técnicos e estudantes do IFRO que vieram manifestar sua indignação com os atos abusivos que veem ocorrendo naquela Instituição Federal.






Lembrando que temos Carreata na próxima sexta-feira (22/06). Concentração na Unir Centro às 9 h.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Governo cancela novamente reunião com professores federais em greve



Mesmo após ter se comprometido em apresentar nesta semana uma proposta para a reestruturação da carreira dos professores federais, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, entrou em contato, por telefone, com a presidente do ANDES-SN, Marina Barbosa, na manhã desta segunda-feira (18) para cancelar a reunião agendada para amanhã, 19.

O encontro desta terça-feira (19) foi marcado durante a última reunião entre o ANDES-SN, representantes do governo e de demais setores da educação, ocorrida no dia 12.

O secretário da SRT/MP argumentou que não houve condições de organizar uma reunião com toda a equipe do governo para que fossem discutidas as propostas e seus impactos financeiros para 2013.

Ainda acrescentou que, em função da Rio+20, há dificuldade de reunir, nesta semana, os representantes de diferentes esferas do governo como, por exemplo, o Ministério da Fazenda.

Mendonça terminou dizendo que a reunião deve ocorrer na próxima semana, mas ainda não era possível indicar uma data.

A presidente do ANDES-SN solicitou que a suspensão da reunião, determinada pelo governo, fosse oficializada ao Sindicato Nacional por escrito (veja aqui). Marina argumentou que tal atitude irá gerar uma reação na base porque “mais uma vez o governo não cumpre os prazos por ele mesmo anunciados”.

“A reunião do Comando Nacional de Greve irá avaliar o quadro e definir seus passos nacionais. Aguardamos agora a convocação para a próxima reunião. A responsabilidade está com o governo”, acrescentou.

O CNG realizará um ato amanhã, a partir das 9 horas, em frente ao anexo C do Ministério do Planejamento. As atividades de vigília, já indicadas pela base para acontecer amanhã, durante a reunião, por todo o país, serão transformadas em manifestações de protesto dos professores em greve, contra mais um descumprimento de prazo por parte do governo.


Fonte: ANDES-SN
Vejam Analise e encaminhamentos do CNG.

https://docs.google.com/file/d/0Bzz4VZkJH1bsTE9TY3hORWo5WmM/edit?pli=1#


sexta-feira, 15 de junho de 2012

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Em reunião realizada nesta quarta-feira (13/06/12), a Comissão Especial do PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (PNE –PL 8035/10, do Executivo) aprovou o texto do relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), que “Prevê ampliação do investimento público em educação para 8% do PIB em 2020.”

“A mudança, no entanto, não convenceu o deputado Ivan Valente (Psol-SP), que é autor de um destaque que fixa o percentual de 10% do PIB a ser aplicado em educação.”
http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/419914-APROVADO-TEXTO-PRINCIPAL-DO-PLANO-NACIONAL-DE-EDUCACAO.html

A exposição do Parecer do Relator está disponível em:
http://www2.camara.gov.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/54a-legislatura/pl-8035-10-plano-nacional-de-educacao/arquivos/apresentacao-parecer

Carta Aberta à Sociedade Rondoniense


Estamos em greve. Por quê?
A educação pública no Brasil vem sofrendo constantes ataques dos governos brasileiros. O objetivo final dessa empreitada é transformar a educação em mercadoria, aumentando ainda mais as diferenças de acesso à renda e à qualidade de vida da maior parte da população. Para garantir uma educação gratuita, acessível, os docentes e técnicos-administrativos das universidades públicas entraram em greve. Esses trabalhadores estão sendo desrespeitados pelos gestores públicos que deveriam priorizar o investimento em educação, elemento importantíssimo na construção de uma nação autônoma, digna e consciente de sua missão na melhoria da qualidade de vida de seu povo.

De novo?
A Universidade Federal de Rondônia viveu uma greve histórica no ano de 2011. Atolada no descaso da gestão anterior, a Unir reorganizou suas forças e combateu por longos 79 dias uma administração corrupta, irresponsável e autoritária. A Unir venceu essa batalha, mas quem realmente ganhou com o resultado dessa luta foi a sociedade rondoniense. Os filhos de Rondônia podem usufruir de uma universidade séria e comprometida com as demandas da nossa região. Mas isso não é tudo. Muitas das promessas realizadas pela Secretaria do Ensino Superior (SESU/MEC) não foram cumpridas. A atual gestão da Unir vem arcando com o ônus dos crimes cometidos contra nossa universidade, o que significa um esforço redobrado para colocar o trem nos trilhos. Por isso, a Unir aderiu ao movimento nacional de greve das universidade federais, para garantir as promessas feitas, para garantir a satisfação profissional de seus trabalhadores, para garantir um ambiente saudável que proporcione a melhor formação dos nossos estudantes.

Ignorar a greve é grave!
A nossa luta é por respeito às nossas carreiras. Por respeito aos profissionais que formamos e enviamos para construir a sociedade em que vivemos. Acreditamos na possibilidade de um mundo melhor para todos. A universidade pública existe para proporcionar qualidade de vida ao povo brasileiro. Somos os profissionais que realizam as pesquisas nesse país, da mais alta tecnologia de informação, passando pelos aprimoramentos na área de saúde, a formação de engenheiros, professores e tantos outros profissionais, tudo isso passa pelos bancos da nossa universidade. Não entendemos como um governo que se diz “para todos” nega esse direito fundamental aos brasileiros. Ignorar a greve é grave, porque implica aceitar o sucateamento das nossas universidades até o ponto em que elas não sirvam mais, até o ponto em que os nossos filhos não terão mais a oportunidade de estudar em uma universidade que produz mais de 90% do conhecimento gerado nesse país. A greve é o último recurso do trabalhador. Tentamos negociar com o Governo Federal durante os últimos dois anos e nada. Foram criados novos cursos, as universidades estão abarrotadas de estudantes, mas o Governo não deu as condições de funcionamento. Não temos professores, salas de aula, laboratórios, recursos para garantir assistência estudantil etc. O que nos resta é frustração, tanto dos docentes e técnicos-administrativos quanto dos estudantes, que veem seus sonhos virarem pesadelos ante o descaso com a educação. Queremos voltar ao trabalho, afinal essa foi a profissão que escolhemos. Decidimos ser professores para continuarmos estudantes. Para mantermos um espírito de busca e de socialização de saberes na construção de um novo mundo que tenha o ser humano e seu ambiente como motivo principal da realização da vida.
Comando Local de Greve

quarta-feira, 13 de junho de 2012


COMUNICADO ESPECIAL CNG/ANDES-SN - REUNIÃO COM O MPOG

  1. INFORMES

1.1.        CNG/ANDES-SN

a)    INFORME DA REUNIÃO SOBRE CARREIRA DOCENTE NA SRT/MPOG
A reunião estava marcada para as 17h, foi iniciada às 18h10. O término da reunião ocorreu às 21h40.
Antes do horário previsto para a reunião os membros do CNG/ANDES-SN e militantes da Unb já se manifestavam em Ato Público organizado na frente do Bloco C da Esplanada dos Ministérios, onde funciona a SRT/MPOG.
No momento da identificação dos representantes do ANDES-SN para entrar no prédio estabeleceu-se um impasse, pois somente 3 dos 6 nomes previamente indicados por meio de carta dirigida ao ministério receberam autorização. Dois diretores do sindicato subiram até o sétimo andar e tensionaram para reverter o impedimento. Diante da justificativa de que só seriam autorizados os membros oficiais do GT carreira docente foi argumentado que o prazo de GT havia vencido no dia 31 de maio, tanto é que não constava na convocação da reunião, e que o ANDES-SN não admitiria ingerência do governo na definição de sua bancada. Depois de várias idas e vinda foi autorizada a participação de todos, condicionando o direito de fala aos membros do extinto GT.
 Presentes
ANDES-SN: (Marina Barbosa Pinto, Luiz Henrique Schuch, Josevaldo Cunha, Liliane Maria Macedo Machado, Milena Costa Martinez e David Romão Teixeira), SINASEFE, PROIFES, GOVERNO (SRT/MP: Sérgio Mendonça, Marcela Tapajós, Edina Maria Rocha Lima e assessores; SESu/MEC: Amaro Lins e Dulce; SETEC/MEC: Aléssio.
O governo inicia a reunião com o secretário Sérgio Mendonça afirmando que dará seqüência as nossas conversas que tiveram que ser adiadas pelos acontecimentos, que, por orientação do governo estão sendo retomadas, que fará uma fala curta e objetiva sugerindo um encaminhamento para nossa reunião e que se houver acordo dará andamento a agenda, apresenta o secretário Amaro Lins e diz: “estamos querendo retomar as conversas propondo uma trégua em relação à greve para que no prazo de 20 dias façamos a discussão e cheguemos a um acordo sobre a carreira. Muitos  não estão em greve, o fim do semestre se aproxima e terminar este semestre seria importante para sociedade. Assim teremos o nosso compromisso de tentar em 20 dias apresentar uma proposta. Não significa que teremos acordo com tudo, em algumas coisas sim, outras não,   mas no sentido de valorizar a carreira docente. Se tivemos concordância podemos discutir uma agenda”.
Passa então a palavra ao secretário da SESU, Amaro Lins, que fala durante alguns minutos em nome do MEC, saudando a reunião, enaltecendo as ações do governo na área da educação, em especial o programa de expansão das universidades federais, diz que a carreira docente é uma prioridade do seu ministério e que este é um momento especial no qual teremos condições de avançar para um bom e rápido desfecho.
Alessio fala em nome da Setec dizendo que há um grande esforço de investimento nesta área por parte do governo, que se abre uma janela não só para definir a regulamentação da progressão EBTT, mas também para absorver delineamentos das formulações que aqui forem apresentadas para a carreira de MS.
Em seguida as entidades se pronunciaram contestando a proposta de trégua apresentada pelo governo. Os representantes do sindicato nacional afirmaram que no patamar que o movimento está, com 55 instituições em greve, e pelo histórico de relação com o governo desde 2010 a trégua não é passível sequer de cogitação. Lembraram ao secretário e aos membros do governo que já no segundo semestre de 2010 o governo justificou o adiamento do debate sobre a reestruturação da carreira por aspectos éticos relacionados ao final do governo. Depois, no primeiro semestre de 2011, a justificativa apresentada é que seria preciso esperar a negociação geral dos SPF. No mês de agosto, justificando  o aperto do prazo imposto pela LDO, justificou que seria impossível vencer todo o debate conceitual que envolve a reestruturação da carreira docente propondo dar um pequeno passo naquele prazo mas , firmando compromisso no acordo emergência de cumprir a tarefa até 31 de março de 2012. Prazo que foi descumprido, o prazo do GT prorrogado e novamente descumprido sem que o governo tivesse apresentado uma proposta e sequer a reunião previamente marcada para o dia 28 foi mantida para dar um fechamento nos trabalhos. O governo deixa passar de 28 dias da última reunião e agora vem pedir mais 20 dias para trazer uma proposta. A relação de confiança está desgastada e isso impede que o movimento possa pensar em dar mais prazo para o governo. “Agora é negociação com a greve em curso. “É mesa de negociação que está posta sem possibilidade moral de falar em trégua”, afirmou o SN.
Depois da manifestação das entidades o governo solicita um tempo para reunir sua bancada e retornou depois de 25m, às 19h55.
O secretario da SESU abre a nova fase da reunião e reafirma que a expectativa da reunião é boa e que há otimismo por parte do governo, e que este é um importante momento, destaca que apesar de estar a três meses no ministério o Ministro Aloísio Mercadante e sua equipe, tem demonstrado que a carreira docente é uma prioridade para o ministério e isso se comprova com sua atitude frente ao PL de cargos e a edição da MP 568. Considera que já existem vários pontos da carreira debatidos e em condições de rapidamente serem concluídos. Afirma que o governo terá como referência a carreira de C&T, já que não teríamos que inventar muitas coisas e que há disposição de trabalharmos com afinco para resolver tudo em pouco tempo.
Alessio complementa dizendo que estão aptos para trazer delineamentos ao que estará sendo incorporado para o magistério superior na discussão da carreira de EBTT. Vamos ter uma boa solução para D1 e D3, afirmou e reforçou tudo o que já fora referido por Amaro Lins.
Sergio Mendonça retoma a palavra e afirma que o governo pela primeira vez este ano está antecipando o prazo de negociação com uma categoria, que estava previsto pra o final de julho e que agora para os docentes está em torno de 02 de julho e que a referencia é a carreira de C&T, mas para a carreira docente. Reforçou a proposta de trégua e propôs agendar reunião para a próxima semana.
Foi polemizado longamente sobre o significado das palavras do governo sobre a trégua e a referência à C&T, em especial com os questionamentos feitos sobre a diferença entre as carreiras.
O secretário afirmou que a referência é salarial, mas que não teria como adiantar compromisso nem mesmo se comprometeria com equiparação de piso e teto.
Quando na definição da data definitiva da reunião estabeleceu-se nova polêmica em torno da proposição apresentada pela Marcela Tapajós de retomar a oficialização do GT, ANDES-SN afirmou que o prazo de existência do GT estava espirado, que o mesmo se extinguiu, mas que permanece tudo o que foi acumulado. Positivamente afirmou que agora estamos em um processo superior, que é a da negociação propriamente dita. Assim ficou definido que não seria reativado o GT. O secretário afirmou que os pontos que balizar a proposta do governo são os que foram apresentados pela Marcela na última reunião, ficando agendada, sem condicionamentos, a próxima reunião de negociação para terça-feira, dia 19, pela manhã.
Brasília, 12 de junho de 2012

  1. AVALIAÇÃO POLÍTICA

CONQUISTAS E ARMADILHAS

Ontem, 12 de junho, no MPOG o governo reuniu-se com os representantes sindicais dos docentes das IFE, retomando as reuniões interrompidas pelo mesmo no último dia 28 de maio. Nessa oportunidade, o governo recebeu, após tensionamento, além das representações sindicais, o Comando Nacional de Greve, o que é uma conquista da pressão ocasionada pela grande greve instaurada e das intensas mobilizações que estavam ocorrendo em todo país, com forte divulgação, o que representa uma mudança de postura política do governo, pois o mesmo tem por prática não negociar com categorias em greve.
A convocação desta reunião revela a movimentação do governo frente ao nosso forte movimento de greve e de sua repercussão, já que algumas categorias dos servidores públicos federais da área da educação já estão em greve e outras com indicativos aprovados para os próximos dias.
Essa preocupação é perceptível na proposição de uma trégua de 20 dias feita pelo governo já no inicio da reunião, que significaria suspender a greve, e que em contrapartida, o governo se responsabilizaria pela conclusão da proposta de carreira nesse mesmo período. Consideramos esta proposta um desrespeito ao movimento diante do histórico das negociações sobre a carreira que se alongam desde 2010, e que tinha como último prazo acordado o dia 31 de março de 2012.
O ANDES-SN e demais representantes rejeitaram a proposição. Depois de um intervalo de 30 minutos, solicitado pelo governo, o mesmo retorna com uma proposta de reunião para 19/06 (terça-feira) pela manhã, se comprometendo a apresentar um esboço de proposta por escrito. O governo insistiu com a solicitação de trégua, que foi duramente rejeitada pelos representantes da categoria, que exigiram do governo a apresentação de uma proposição concreta na mesa. Diante disso, o governo admitiu que não tinha uma proposta a apresentar e fez alguns indicativos como a utilização da carreira de C&T como “referência” para a proposta de carreira docente das IFE. Indagamos sobre o significado de tal “referência”, e o governo respondeu que era salarial, mas não podia se comprometer com a garantia do piso e teto, ficando apenas numa indicação genérica, abstrata e que não oferece, neste momento, subsídios para nossa avaliação.
Destacamos, mais uma vez, que a carreira dos docentes das IFE é diferenciada da carreira de C&T na sua estrutura e concepção, e que falar em tomá-la como referência sem apresentar os elementos básicos para isso é uma armadilha para confundir e desmobilizar a nossa categoria. Ressaltamos que estamos empenhados no avanço das negociações, porém não podemos avançar sem uma proposta formal do governo.
No primeiro momento a justificativa colocada para adiar o prazo para finalização das negociações foi a crise macroeconômica internacional e sua eventual conseqüência nas priorizações orçamentárias. Agora reaparecem no cenário as tentativas protelatórias governamentais, com nítido apoio de alguns de seus aliados do meio acadêmico e sindical, de inverter o sentido do debate. Essa atitude do governo dificulta as negociações, que devem ter, do ponto de vista conceitual e estrutural, caráter duradouro e não estarem condicionadas a um elemento meramente conjuntural.
Ao final da nossa reunião encontramos os dirigentes da categoria de C&T que aguardavam no saguão do MPOG por sua reunião com o governo, e que comentaram conosco a enorme defasagem em que suas carreiras se encontram: valores congelados desde 2009, composição remuneratória composta por várias gratificações produtivistas; ausência de diferencial de dedicação exclusiva; tabela diferenciada com valores menores para os aposentados, entre outras discrepâncias.
Ao invés de fazer comparações com carreiras de outras categorias ou cálculos dos impactos financeiros é preciso observar que os ataques a carreira docente perpetrados nos últimos anos transformaram o atual quadro remuneratório em um conjunto de valores nominais desestruturados, que não garantem direitos relativos a percentuais que valorizem cada passo na progressão, a ganhos percentuais por titulação, e a percentuais de retribuição pelos regimes de trabalho de 40 horas e dedicação exclusiva.
Nosso desafio nesse momento é ampliar a luta e manter o foco do movimento centrado na nossa pauta de reivindicações e suas implicações quanto à natureza da atividade acadêmica, a defesa da autonomia universitária e do padrão unitário de qualidade, bem como, da estabilidade jurídica dos conceitos e estrutura salarial da carreira docente. Isto implica prevenir-se de armadilhas como as que foram utilizadas em outros momentos em que ocorreu o afunilamento das negociações e que podem ser reeditadas.

  1. ENCAMINHAMENTOS

3.1.        Intensificar as atividades da greve, dando maior visibilidade às ações bem como aos apoios recebidos.
3.2.        Vigília, com atividade no dia 19 de junho, concomitante à reunião de negociação
3.3.        Dar sequência às atividades de mobilização já indicada para o dia 20 de junho: participação nas atividades organizadas pelos SPF relacionadas  com a Rio + 20, que incluem, no Rio de Janeiro ampla programação que prevê uma expressiva coluna na Marcha Internacional da Cúpula dos Povos.



A GREVE É FORTE! A LUTA É AGORA!


Brasília 12 de JUNHO de 2012
CNG/ANDES-SN


União propõe mudar carreira e greve



universitária pode acabar dia 19

 



Valor OnLine
Em reunião feita na terça-feira à noite com representantes de sindicatos de professores que lideram o movimento grevista das universidades federais, os ministérios do Planejamento e da Educação se comprometeram a apresentar um esboço de reestruturação da carreira docente na terça-feira, dia 19. Até lá a paralisação, que já atinge mais de 80% das atividades de 50 universidades (a rede federal tem 59) e cinco institutos tecnológicos, continua, mas poderá acabar se a categoria aprovar a iniciativa do governo nesse novo encontro. A greve começou em 17 de maio.
Os sindicalistas foram recebidos por três horas pelos secretários de relações trabalhistas, Sérgio Mendonça; de educação superior, Amaro Lins; e da rede de ensino técnico e tecnológico federal, Aléssio Barros. Na ocasião, o governo se comprometeu a apresentar em 20 dias nova proposta de plano de carreira, contanto que a greve terminasse imediatamente. A ideia foi rechaçada. 'Vim para a reunião esperando que fosse apresentada uma proposta e que sairíamos daqui para virar a noite estudando o que fosse apresentado', relatou Marina Barbosa, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).
Diante da negativa, os negociadores do governo agendaram nova reunião num prazo de uma semana para a apresentação de um esboço do projeto que reestrutura a carreira docente federal no país. A principal reivindicação dos professores parados é o estabelecimento de carreira única para todos os docentes, com 13 níveis salariais e promoções a cada dois anos.

"Não tivemos outra alternativa a não ser desencadear uma greve.
E, a se manter as atuais posições do governo - a ministra da Educação
encerrou as negociações, **traindo compromissos anteriores com a
ANDES** - a greve atual continua e outras greves inevitavelmente 
ocorrerão."

 Aloísio Mercadante Oliva -  Julho/1984 - Vice Presidente do ANDES
Revista Veja Julho 1984 - Coluna Opinião



Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN


Data: 13/06/2012


Governo se compromete a apresentar esboço de proposta na próxima terça (19)

Depois de recuar na proposta de condicionar o avanço das negociações a uma trégua do movimento grevista, representantes do governo, em reunião realizada nesta terça-feira (12) com as entidades do setor de educação, mudaram de posição e passaram a aceitar a antecipação do prazo para o fechamento de uma proposta. Em uma reunião que durou mais de três horas, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento (SRT/MP), Sérgio Mendonça, acordou com o ANDES-SN e com as demais entidades, que na próxima terça-feira (19) haverá nova reunião na qual o governo vai apresentar um esboço de um novo plano de carreira. Até lá, a greve dos docentes continua.

“Hoje foi um dia vitorioso para o nosso movimento. Não só porque realizamos belíssimas manifestações em todo o país, como fizemos o governo mudar a posição de que não receberia categorias em greve. Também conseguimos que, pela primeira vez, ele aceitasse antecipar o prazo para finalizar as negociações. Se antes o limite era 31 de agosto, agora, há uma sinalização de que o processo esteja concluído no começo de julho”, avaliou a presidente do ANDES-SN, Marina Barbosa. Durante as mais de três horas de reunião, um grupo de professores da Universidade de Brasília (UnB) e do Comando Nacional de Greve (CNG) ficou em frente ao Ministério do Planejamento, como forma de mostrar que a categoria está mobilizada.

Proposta indecente
A reunião começou por volta das 18h, com o secretário Sérgio Mendonça afirmando que o governo se dispunha a apresentar uma proposta de re-estruturação da carreira docente num prazo de 20 dias, desde que a categoria desse uma trégua e saísse da greve. Também defenderam o encaminhamento o Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (Sesu/MEC), Amaro Lins, e o diretor de Desenvolvimento da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica do MEC (Setec/MEC), Aléssio Barros. Argumentaram que era preciso estabelecer uma relação de confiança entre o governo e as entidades.

A proposta foi veemente rechaçada pelas entidades presentes. “Eu custo a acreditar no que ouvi. Ontem, na reunião do Comando Nacional de Greve, foi levantada essa possibilidade, mas eu não achei que seria possível. Vim hoje para essa reunião esperando que fosse apresentada uma proposta e que sairíamos daqui para virar a noite estudando o que fosse apresentado ”, afirmou a presidente do ANDES-SN, Marina Barbosa.

Ela lembrou que o governo foi avisado inúmeras vezes de que a categoria estava insatisfeita. “Agora, não há como negar. Estamos em uma das maiores greve já realizadas no setor, com 55 instituições paradas, sendo 50 universidades”, afirmou.

Marina argumentou que o governo não podia esperar que a categoria aceitasse dar a  trégua, pois há muito tempo que os docentes vêm dando prazos, continuamente descumpridos pelo Ministério do Planejamento.  

O 1º vice-presidente do ANDES-SN, Luiz Henrique Schuch, afirmou que a greve é fruto da compreensão da categoria de que há uma desvalorização do magistério. “Hoje temos uma carreira totalmente desestruturada”, afirmou.

O diretor do Sinasefe, David Lobão, criticou o fato de o governo condicionar o avanços das negociações à volta ao trabalho dos grevistas e argumentou que a greve, ao contrário do que diz o governo, pode levar a negociações mais rápidas, já que a categoria estará em estado de mobilização permanente. Os dirigentes do Proifes lamentaram o fato de o governo ter desmarcado a reunião no dia 28 de maio e informaram que a categoria tem decidido, em plebiscitos, pela greve.

Trégua
Depois das falas das entidades, os representantes do governo pediram um intervalo e voltaram com a proposta de realização de uma reunião na próxima terça-feira (19), em que será debatido um esboço de um novo plano de carreira. Disseram, também, que a proposta vai partir do que foi discutido na reunião do dia 15 de maio e que poderá ser utilizado como parâmetro o plano de carreira do pessoal do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Sérgio Mendonça não quis se comprometer se o piso e o teto serão o mesmo do servidores do MCT.

Os representantes do governo insistiram que as categorias dessem uma trégua e voltassem ao trabalho. Os dirigentes do ANDES-SN foram enfáticos ao afirmar que não havia como a categoria recuar. “Só podemos dar qualquer posição quando conhecermos a proposta do governo. Até porque a nossa carreira tem especificidades que não foram contempladas pelo governo”, adiantou Marina Barbosa.

O 1º vice-presidente da Regional Nordeste II do ANDES-SN, Josevaldo Cunha, perguntou aos representantes governistas se eles poderiam adiantar o teor da proposta. “Queremos saber se haverá uma preocupação de se fazer uma discussão da estrutura conceitual, para depois se chegar ao impacto orçamentário. Ou se o governo colocará um limite financeiro, que é conjuntural, a sobrepor a organização do plano de carreira”, questionou. Sérgio Mendonça respondeu, apenas, que a proposta levará em consideração toda a discussão realizada no GT Carreira.

Para o ANDES-SN, a reunião desta terça-feira marcou o início efetivo das negociações. “Entendemos que concluímos as discussões do GT. Podemos não ter chegado a um denominador comum, mas agora todas as nossas divergências e pontos convergentes ficaram claros. Vamos, então, partir para outro patamar de discussão, no qual o governo precisa objetivar suas propostas, que serão analisadas pelo movimento”, afirmou Marina Barbosa.


Fonte: ANDES-SN


Com apoio do chargista Bira Dantas que criou e gentilmente cedeu a charge do  ato  da UNIFESP,  na Bolsa de Valores.  

DOCENTES CONTRA ZUMBIS

GREVE DOCENTE DE 2012 É UM VIGOROSO MOVIMENTO CONTRA O SINDICALISMO DE ESTADO NA VIDA UNIVERSITÁRIA
Roberto Leher – UFRJ
Marcelo Badaró Mattos - UFF

Um espectro daninho ronda o sindicalismo brasileiro há mais de oitenta anos: o sindicato de Estado. Um morto, como veremos, muito vivo! Em todos os países que viverem ditaduras fascistas ou aparentadas ao fascismo e que adotaram modelos sindicais corporativistas (de sindicalismo vertical, sindicato único, umbilicalmente ligado e controlado pelo Estado), o sindicalismo de Estado foi superado nos processos de redemocratização. No Brasil, pelo contrário, esse zumbi sobreviveu a dois processos de redemocratização, distantes 40 anos no século XX. A razão fundamental para a manutenção da estrutura do sindicato oficial está em sua funcionalidade para a classe dominante brasileira.Não é pouco significativo o fato – inerente a sua lógica de funcionamento – de que tal estrutura se sustenta e é sustentada por uma casta de dirigentes sindicais burocratizados, que fazem do sindicalismo meio de vida e atuam, antes de mais nada, para manterem-se à frente do aparato objetivando o usufruto do poder e das vantagens materiais que ele oferece.

Entre fins dos anos 1970 e meados dos anos 1980 ocorreu um forte impulso pela autonomia sindical. As oposições sindicais e os trabalhadores que empreenderam lutas realizaram uma dura crítica à estrutura do sindicalismo de Estado. Esta fase de retomada das mobilizações da classe trabalhadora brasileira na luta contra a ditadura militar ficou conhecida como “novo sindicalismo”. Como outras categorias, especialmente do funcionalismo público, os docentes universitários fundaram sua organização de caráter sindical – ANDES (depois da Constituição de 1988, ANDES-SN) – naquele contexto, e mantiveram com muita ênfase seu compromisso com um modelo sindical autônomo, combativo e classista, mesmo quando (a partir dos anos 1990) o “novo sindicalismo” viveu um nítido refluxo.

Entretanto, o peleguismo do sindicalismo oficial, um verdadeiro gato de sete vidas, se imiscuiu entre os docentes de ensino superior a partir dos anos 2000, como sempre puxado pela mão do Estado paternal sempre disposto a tutelar os trabalhadores considerados um contingente “sempre criança” . O espectro ganhou um nome, que alguns por superstição, outros por aversão, se recusam a pronunciar, mas que, como todo fantasma de verdade (sic) não desaparecerá simplesmente se fecharmos os olhos fingindo que ele não existe. Tratamos do PROIFES.

Algo muito interessante, no entanto, está acontecendo em meio à greve de inéditas proporções que está em curso nas Instituições Federais de Ensino Superior. Professores de todo o país, particularmente naquelas Universidades em que o sindicalismo docente foi envolvido na rede do peleguismo oficialista, demonstram, inapelavelmente, a falta de legitimidade da entidade fantasma.

O sindicato para-oficial entre os docentes

As extraordinárias assembleias gerais dos professores de universidades e institutos tecnológicos neste momento dirigidos por setores vinculados à entidade para-governamental, reunindo, como na UFG, a maior quantidade de professores em uma AG da categoria, revelam que os docentes das universidades brasileiras não estão passivos e dóceis diante da vergonhosa tentativa de tutela governamental sobre a livre organização dos trabalhadores docentes. Longe de ser um fato isolado, o mesmo esta acontecendo nas universidades federais do Ceará, Bahia, Rio Grande do Norte e em campi da UFSCAR e em IFETs.

Esses acontecimentos dizem respeito, em primeiro lugar, a compreensão dos professores de que a sua representação política tem de ser autônoma em relação ao governo e ao Estado e que a estreita simbiose entre a organização dita sindical para-oficial e o governo é deletéria para a carreira, os salários e as condições de trabalho na universidade. Mas a afirmação da independência política dos docentes nas referidas assembleias tem uma importância acadêmica, pois é uma condição para a autonomia universitária. Não pode haver autonomia da universidade se o governo controla ate mesmo a representação política dos docentes. É possível dizer, portanto, que a afirmação da autonomia dos professores é um gesto crucial para a história da universidade pública brasileira!

A história da entidade fantasma nas Universidades é recente, mas ilustra muito bem como funciona o sindicalismo de Estado no Brasil. Após sucessivas derrotas nas eleições para o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), parcela da chapa derrotada foi alçada pelo então ministro da educação Tarso Genro à condição de representante dos docentes das IFES e, desde então, obteve lugar cativo na assessoria do governo, notadamente no MPOG e no MEC.

O sindicalismo de Estado que fincou raízes entre nós tem origem no período varguista. A investidura sindical, uma carta de reconhecimento do sindicato pelo ministério do trabalho que confere legalidade a suas prerrogativas de negociação e representação, acrescida do imposto sindical compulsório e da unicidade sindical, criaram as condições para a sua institucionalização no Brasil, conformando o sindicato oficialista. De inspiração fascista, objetiva assegurar a tutela governamental sobre os trabalhadores, valendo-se de prepostos, os pelegos que, nutridos por benesses e prebendas governamentais, servem de caixa de ressonância para as razões dos donos do poder.

As bases jurídicas para tal estrutura sindical não foram suprimidas, antes disso, são revitalizadas pelas grandes centrais oficialistas que, a despeito de algumas críticas retóricas ao imposto sindical, caso da CUT, se movimentam de modo feroz para provocar desmembramentos de categorias (um requisito em virtude da unicidade e da presunção do apoio governamental) para obter maior fatia dos R$ 2,5 bilhões (total do imposto sindical em 2011) distribuídos entre as 6 centrais sindicais e o MTE.
O oficialismo também é nutrido pelos generosos dutos do Fundo de Amparo ao Trabalhador, fundo que arrecadou R$ 50 bilhões em 2011 e que, desde 1990, vêm repassando centenas de milhões para as centrais oficialistas ofertarem cursos de qualificação profissional que, a rigor, podem estruturar uma poderosa máquina política representando, em ultima instância, os tentáculos dos patrões e dos seus governos nas organizações supostamente dos trabalhadores.

O processo de cooptação e subordinação do sindicalismo de Estado se completa com a participação dos sindicatos oficialistas nos fundos de pensão, que movimentam bilhões de reais e, para seguirem existindo, precisam valorizar as suas ações adquiridas nas bolsas de valores em nome da capitalização da aposentadoria dos cotistas. Entre as principais formas de valorização das ações, os gestores dos fundos incentivam privatizações, fusões e, o que pode ser considerado o núcleo sólido, as reestruturações das empresas, por meio de demissões, terceirizações e generalização da precarização do trabalho. Em suma, a valorização do portfólio de ações requer que o fundo dito dos trabalhadores se volte contra os direitos dos demais trabalhadores!

É indubitável que os setores dominantes podem contar com trincheiras defendidas de modo incondicional pelos referidos gestores dos fundos e pela burocracia sindical alimentada pelo imposto sindical, pelo FAT e, no caso das entidades menores, até mesmo por contratos de prestação de serviços de assessoria ao governo financiados pelo próprio governo!

Diploma do ministério e mão do Estado X Legitimidade

É irônico observar que com Lula da Silva – o sindicalista que se destacou entre 1978 e 1980 pelas críticas duras à estrutura sindical oficial – na presidência da República, o sindicalismo de Estado ganhou novo fôlego. Foi justamente em seu governo que as centrais sindicais, que em sua origem, nos anos 1980, nasceram a contrapelo da estrutura, foram incorporadas ao sindicalismo vertical, ocupando o topo daquela mesma estrutura montada pelo regime de Vargas nos anos 1930 e reformada pelo governo do ex-sindicalista nos anos 2000. E seus dirigentes passaram a ocupar postos centrais na estrutura do governo, particularmente na área do trabalho e gestão do funcionalismo.

Considerando os objetivos dos governos Lula da Silva e Dilma Rousseff de empreenderem uma profunda reforma sindical e trabalhista, a retomada do protagonismo dos professores nas universidades em que as seções sindicais estão aparelhadas pela entidade para-oficial é um grande acontecimento para a organização autônoma dos trabalhadores. Isso porque, por sua fidelidade aos princípios que nortearam o impulso original do “novo sindicalismo”, o ANDES-SN sempre constituiu um contraexemplo muito incômodo para o peleguismo dominante.

É impossível prever o desfecho da greve dos docentes de 2012 na altura em que redigimos este texto. No entanto, uma conquista já está assegurada. Ao votarem pela adesão ao movimento nas instituições cujas entidades foram aprisionadas pelo sindicato de carimbo, os docentes reconhecem a legitimidade do ANDES-SN e de sua busca constante por um sindicalismo autônomo e combativo. Diante da força da greve não há recurso ao ministério do trabalho, assessoria ao ministério da educação, “mãozinha” do ministério do planejamento, ou apadrinhamento da CUT que possam injetar vida nesse filhote tardio do morto-vivo sindicato de Estado brasileiro. É difícil dizer se ao fim do processo assistiremos ao enterro definitivo da entidade fantasma pois, no quadro do sindicalismo brasileiro, como nos filmes de terror, os zumbis sempre retornam. Mas é certo que a greve desnudou esse espectro que anda pelos gabinetes de Brasília a falar em nome dos docentes. E o que se vê por baixo da capa artificial de legalidade que o Estado tenta lhe vestir é o putrefato cadáver do peleguismo. Morte rápida à entidade zumbi!

Rio de Janeiro, 11 de junho, 2012.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Assembleia dos Docentes 6/6/12

Hoje pela manhã ocorreu uma assembleia ordinária de greve. Na ocasião os docentes presentes falaram sobre a apatia de parte dos professores que aderiram à greve e que não participam do movimento. Falou-se sobre possíveis soluções para mobilizar os docentes.

O docente Ninno Amorim foi indicado para compor o Comando de Greve Nacional, o comando local aguarda o recurso para enviar o representante a Brasília, sede do CNG.

Os encaminhamentos da assembleia foram os seguintes:

  • Enviar ofício à Reitoria da Unir solicitando esclarecimentos sobre o atraso do pagamento neste mês de junho e as providências a serem tomadas com relação aos responsáveis pelos danos causados aos docentes e técnicos-administrativos da Unir;
  • Encaminhar indicativo de suspensão do calendário acadêmico, a partir do dia 17 de maio de 2012, aos conselhos responsáveis (CONSEA E CONSUN), com o fim de evitar maiores prejuízos aos estudantes e aos docentes em greve;
  • Elaborar uma carta de esclarecimentos à comunidade acadêmica e à sociedade rondoniense detalhando os motivos do movimento nacional de greve dos docentes das federais; e
  • Convidar os procuradores dos Ministérios Públicos Estadual e Federal para falar sobre o andamento dos processos fruto da greve do ano passado.
Foram indicados os docentes para compor a Comissão de Avaliação Institucional: Prof. Fabrício Moraes de Almeida e Prof. Pedro Tárique Barreto Crispim, ficando o professor Vasco na suplência.

O comando de greve local solicitou maior empenho dos docentes no sentido de somarem esforços junto às ações do comando, que conta um número reduzido de membros.

Com relação aos recursos da greve, a Adunir apresenta dificuldades em financiar as atividades devido à falta de dinheiro no caixa. A Adunir continua com sua campanha de filiação à Seção Sindical do Andes em Rondônia. Falou-se sobre a importância do sindicato na defesa dos interesses dos docentes.

Será enviado ofício ao Andes-SN solicitando aporte financeiro para o movimento local.

Na próxima quarta-feira teremos nova assembleia para discutir a seguinte pauta:

1 - Informes
2 - Assessoria Jurídica da Adunir
3 - Plano de Saúde
4 - Fórum em Defesa da Unir
5 - Participação dos estudantes na mobilização da greve

Informamos que a pedido da representação estudantil esta assembleia terá a participação dos discentes interessados nos rumos da universidade pública no país.

Até a próxima!

Manifestação em apoio à greve de docentes acaba em confusão em Brasília

Estudantes  que estavam reunidos na frente do Ministério da Educação (MEC) em manifestação de apoio à greve dos professores das universidades federais quebraram a vidraça da portaria e de algumas janelas do térreo do prédio. Houve confronto com policias militares que acompanhavam a manifestação.
De acordo com o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, o grupo que depredou o prédio era uma “minoria” que agiu sem que houvesse nenhuma deliberação do movimento. Apesar disso, criticou a “truculência” dos policiais.
Um grupo de cerca de mil estudantes do ensino superior se concentrou na manhã de hoje na porta do ministério em apoio  à greve dos docentes das universidades federais que dura 20 dias.
Em algumas instituições, os alunos também declararam greve estudantil. De acordo com Iliescu, existe a possibilidade de uma greve nacional dos estudantes, que será votada durante reunião do Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg) que reunirá os diretórios centrais estudantis das universidades federais neste mês.
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, se reuniu hoje com o comando de greve nacional e informou que na semana que vem haverá uma reunião para retomar as negociações. Ele voltar a dizer que considera a greve precipitada e que considera normal o engajamento dos estudantes no movimento. Entretanto, condenou o quebra-quebra.
A principal reivindicação dos docentes é a revisão do plano de carreira. Em acordo firmado no ano passado, o governo prometeu um reajuste de 4%, a incorporação de parte das gratificações e a revisão do plano para 2013.
Os dois primeiros pontos já foram atendidos, mas não houve avanço na revisão da carreira. De acordo com o último balanço divulgado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), professores de 48 instituições aderiram à paralisação.

Fonte: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2012/06/05/manifestacao-em-apoio-a-greve-de-docentes-acaba-em-confusao-em-brasilia/
Eis o canal de comunicação do Comando de Greve da Universidade Federal de Rondônia. Toda a comunidade acadêmica e toda a sociedade rondoniense pode usar esse meio para discutir, sugerir, criticar etc.

Aqui vamos publicar o andamento da greve nacional dos docentes das Instituições Federais de Ensino Superior - IFES, deflagrada em 17 de maio de 2012, devido à intransigência e desprezo do Governo Federal à categoria docente, desde a questão salarial até os absurdos propostos para o plano de carreira.

Aguardamos a sua participação!