Estamos em greve. Por quê?
A educação pública no Brasil vem sofrendo constantes ataques dos
governos brasileiros. O objetivo final dessa empreitada é
transformar a educação em mercadoria, aumentando ainda mais as
diferenças de acesso à renda e à qualidade de vida da maior parte
da população. Para garantir uma educação gratuita, acessível, os
docentes e técnicos-administrativos das universidades públicas
entraram em greve. Esses trabalhadores estão sendo desrespeitados
pelos gestores públicos que deveriam priorizar o investimento em
educação, elemento importantíssimo na construção de uma nação
autônoma, digna e consciente de sua missão na melhoria da qualidade
de vida de seu povo.
De
novo?
A Universidade Federal de Rondônia viveu uma greve histórica no ano
de 2011. Atolada no descaso da gestão anterior, a Unir reorganizou
suas forças e combateu por longos 79 dias uma administração
corrupta, irresponsável e autoritária. A Unir venceu essa batalha,
mas quem realmente ganhou com o resultado dessa luta foi a sociedade
rondoniense. Os filhos de Rondônia podem usufruir de uma
universidade séria e comprometida com as demandas da nossa região.
Mas isso não é tudo. Muitas das promessas realizadas pela
Secretaria do Ensino Superior (SESU/MEC) não foram cumpridas. A
atual gestão da Unir vem arcando com o ônus dos crimes cometidos
contra nossa universidade, o que significa um esforço redobrado para
colocar o trem nos trilhos. Por isso, a Unir aderiu ao movimento
nacional de greve das universidade federais, para garantir as
promessas feitas, para garantir a satisfação profissional de seus
trabalhadores, para garantir um ambiente saudável que proporcione a
melhor formação dos nossos estudantes.
Ignorar
a greve é grave!
A nossa luta é por respeito às nossas carreiras. Por respeito aos
profissionais que formamos e enviamos para construir a sociedade em
que vivemos. Acreditamos na possibilidade de um mundo melhor para
todos. A universidade pública existe para proporcionar qualidade de
vida ao povo brasileiro. Somos os profissionais que realizam as
pesquisas nesse país, da mais alta tecnologia de informação,
passando pelos aprimoramentos na área de saúde, a formação de
engenheiros, professores e tantos outros profissionais, tudo isso
passa pelos bancos da nossa universidade. Não entendemos como um
governo que se diz “para todos” nega esse direito fundamental aos
brasileiros. Ignorar a greve é grave, porque implica aceitar o
sucateamento das nossas universidades até o ponto em que elas não
sirvam mais, até o ponto em que os nossos filhos não terão mais a
oportunidade de estudar em uma universidade que produz mais de 90% do
conhecimento gerado nesse país. A greve é o último recurso do
trabalhador. Tentamos negociar com o Governo Federal durante os
últimos dois anos e nada. Foram criados novos cursos, as
universidades estão abarrotadas de estudantes, mas o Governo não
deu as condições de funcionamento. Não temos professores, salas de
aula, laboratórios, recursos para garantir assistência estudantil
etc. O que nos resta é frustração, tanto dos docentes e
técnicos-administrativos quanto dos estudantes, que veem seus sonhos
virarem pesadelos ante o descaso com a educação. Queremos voltar ao
trabalho, afinal essa foi a profissão que escolhemos. Decidimos ser
professores para continuarmos estudantes. Para mantermos um espírito
de busca e de socialização de saberes na construção de um novo
mundo que tenha o ser humano e seu ambiente como motivo principal da
realização da vida.
Comando Local de Greve
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